Eduardo
Veras
(Belo Horizonte, MG, 15.jun)
Via-Láctea
De longe me vejo
escrevendo. Os olhos postos no céu como quem antevê um tropeço. Como em
fotografias da Via-Láctea. Eu caio. De muito longe posso me ver. Escrever.
Estas palavras no lugar de outras palavras no lugar de outras palavras. Tudo é
abismo. Olhos postos no céu como quem antevê um tropeço. Eu caio. E me vejo
caindo. De muito longe vejo meus olhos escreverem. Como um astro em queda se
inscrevendo no céu. Multiplico as várias maneiras de cair. Até o infinito. Se
tudo é abismo. Caímos eternamente. Voamos eternamente.
Comentários
Postar um comentário