José Fialho Vargas

(Gravataí, RS, 10.jun.1884 – Caxias do Sul, RS, 11.jun.1960)


Aurora


Vênus empalidece... véus de gazes

Desdobram as neblinas sobre a mata...

Mistura-se o marulho da cascata

Aos primos pios das aves suspicazes.


Pelas moitas espiam os lilazes...

As sombras fogem... nos caireis de prata

Dum sabiá o canto se desata,

Estreleja a araponga suas tenazes.


Mãos apressadas de hábeis tecedeiras

Bordam tapetes sobre o chão das várzeas,

No áureo manto matinal de Flora...


Soa um clarim. Avança a cavalgada,

E, no áureo carro de festões rendados,

Num sorriso de luz ressurge a Aurora...

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