Deisi Scherer
(Porto Alegre, RS, 19.jun)
caminho como se soubesse de todas as
encruzilhadas
dos atalhos e acasos
no gesto, escalo o muro à procura da vista
gradeei um cemitério de objetos
museu de cera a preencher o lugar das ausências
que cercaram meu início
monotonia circular do cotidiano
as costas arqueadas
a cada manhã que brota à janela
me fazendo esquecer de onde não vim
não cuspi nos pratos em que comi
ao invés disso, os preenchi de pressas,
de choros rasos e quantos
engoli cada toque
como se fosse o último, como se fosse o mote
tenho, no entanto, um estômago sensível:
não sabe guardar pedras
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