Paulo
Sabino
(Rio
de Janeiro, RJ, 24.jun)
Lugar de coisa nenhuma
A quem creditar a validade disto
Como fazer valer a letra impressa
Como, mais que dizer a mim, dizer à poesia
Que sim, que vale a lida de cada centímetro
De palavra posta nesta folha ordinária
Sem algo de realmente oportuno, rítmico, musical
Com a mão hesitante pela dúvida da premissa
Do juízo imbuído de genuína primazia
No ímpeto do que desliza aos solavancos
Rumo ao vago desta caligrafia
Neste voo raso do verso que pé ante pé flutua
Mínimo no ar, a fim de que se teça o movimento
Falho e acambetado de excogitar este belvedere
O qual não garante sequer razão razoável
– Paisagem alguma –
Para deter-se aqui
– Lugar de coisa nenhuma –
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