Rodrigo Petronio
(São Paulo, SP, 22.jun)
Nossos caminhos se cruzam
Nossos caminhos se cruzam.
Seguimos pela floresta estragada do sonho:
O ar, coração fendido pelos lábios,
É um pássaro que pulsa a céu aberto.
Não encontramos o milagre no poço,
Nos cilindros da noite, seu amplexo.
Não busques na rosa a consciência
Não toques a palavra, a geometria de suas armas,
Porque toda cicatriz é esquecimento:
Nada conquistado após o nada.
O buquê da fala, anima mundi,
É sopro de papel, língua preclara.
O relógio transpira pela sala.
Crava em todos nós o seu reverso.
Espinho, sêmen da aurora.
A argila dourada se desprega de minhas pétalas.
Eis a minha humanidade:
Cava a minha chaga, vastidão celeste.
Beijarei o tempo e estarei em todas suas marcas.
Percorrerei a eternidade sem pegadas.
Para que enfim a voz da morte me desperte.
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