Antonio
Carlos Secchin
(Rio de Janeiro, RJ, 10.jun)
Autorretrato
A Flávia Amparo
Um poeta nunca
sabe
onde sua voz
termina,
se é dele de
fato a voz
que no seu nome
se assina.
Nem sabe se a
vida alheia
é seu pasto de
rapina,
ou se o outro é
quem lhe invade,
numa voragem
assassina.
Nenhum poeta
conhece
esse motor que
maquina
a explosão da
coisa escrita
contra a crosta
da rotina.
Entender inteiro
o poeta
é bem malsinada
sina:
quando o supomos
em cena,
já vai sumindo
na esquina,
entrando na
contramão
do que o bom
senso lhe ensina.
Por sob a
zona da sombra,
navega em meio à
neblina,
mesmo que seja
pequena
a poesia que o ilumina.
Comentários
Postar um comentário