Francisco Quirino dos Santos

(Campinas, SP, 14.jul.1841 – São Paulo, SP, 6.mai.1886)


Nessun maggior dolore!


Se de repente um tímido desejo,

Como um raio furtivo de sol-posto

Em nuvem d'ouro dentre o céu de agosto,

Caiu, passou pela tua alma em pejo;


Se a curva airosa do teu seio lindo,

Ninho dos sonhos que a existência aquece,

Banha a esperança, e a infinita prece,

Entre susto e prazer, abre caindo;


Se aonde vais tu pedir a vida e o gozo,

Acha o teu coração – ânsia e tremor.

Anjo, tocaste o pomo venenoso!


E vens do paraíso à terra e à dor!

E vens despir o manto luminoso!

E vens perder-te às solidões do amor


 

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