Francisco
Otaviano de Almeida Rosa
(Rio de Janeiro, RJ, 26.jun.1826 – Rio de Janeiro, RJ, 28.jun.1889)
Recordações
Oh! se te
amei! Toda a manhã da vida
Gastei-a
em sonhos que de ti falavam!
Nas
estrelas do céu via teu rosto,
Ouvia-te
nas brisas que passavam:
Oh! se te
amei! Do fundo de minh’alma
Imenso,
eterno amor te consagrei...
Era um
viver em cisma de futuro!
Mulher! oh! se te amei!
Quando um
sorriso os lábios te roçava,
Meu Deus!
que entusiasmo que sentia!
Láurea
coroa de virente rama,
Inglório
bardo, a fronte me cingia;
À estrela
d’alva, às nuvens do Ocidente,
Em meiga
voz teu nome confiei.
Estrela e
nuvens bem no seio o guardam;
Mulher! oh! se te amei!
Oh! se te
amei! As lágrimas vertidas,
Alta
noite por ti; atroz tortura
Do
desespero d’alma, e além, no tempo,
Uma vida
a sumir-se na loucura...
Nem
aragem, nem sol, nem céu, nem flores,
Nem a
sombra das glórias que sonhei...
Tudo desfez-se
em sonhos e quimeras...
Mulher! oh! se te amei!
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