O poeta DAVI
KINSKI nasceu em São Paulo, no dia 14 de agosto de 1988. Publicou Delírios Atlânticos (2017) e Corpo Partido (2014) – traduzido para o
francês –, além da biografia Pasolini,
do neorrealismo ao cinema poesia (2016).
Escreve para blogs e é ator, formado pela Actor School
Brazil, e diretor, formado pela Academia Internacional de Cinema. Participou do
elenco teatral de Bailei na Curva e
de Lisístrata, e dirigiu, entre
outros, o curta-metragem Cineminha, no
qual também atua.
Apresentou o monólogo Lixo
e Purpurina, baseado em contos de Caio Fernando Abreu – sobre o qual organizou a antologia 70x Caio –, em 2019 e idealizou os
projetos Poemaria (longa-metragem) e
o aplicativo DECLAMAÍ!, para divulgar poemas e declamações (2016).
* *
*
Depois do flash
Capturei
Teu beijo
Com certo azul
O corpo
Vesti avenidas
Destravando
Aquela mania
De impossibilidades
Que tateiam
A alma
Na curva
Do poema
Bati
De frente
A imagem
Daquela Polaroid
Borrada
Dos anos 80
A memória
É feito moda
Que desfila
Com a coleção
Dos fotogramas
De qualquer
Estação
* *
*
COLONIZANDO
O SEGREDO
Quero ser
O ar
E não ter
Esse limite
Do sair
E entrar
Apenas estar
Em tudo
Que é
Inconsciente
E desliza
Para dentro
Com certo
Arrebatamento
Imediato
E brota
Para dar norte
Na rosa dos ventos
Que está
Lá fora
A possibilidade
De horizonte
Um barco
Pronto para
Partir
A um continente
Distante
Quero ocupar
O delírio
Dos sete mares
Tatuar na pele
Versos de sobrevivente
Segredos de
Atlanta
Nas profundezas
Do mantra
E dos mistérios
Da vida
* *
*
EXPRESSO
Encontrei o açúcar
Do desejo
Nas aspas
Da sua metáfora
No mel
Dos dias
E buques
De silêncio
Surrupiados
Pelos bares
Que já tomei
Não quero entender
Sobre o amor
Ou como
Fabricar aviões
Em nome
Da fé
Derramei
Tudo o que
Não é sólido
E evaporei
Com o alambique
Do tempo
As ressacas
Que o café
Não cala
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